Fábio Dorf 2024
Com grande satisfação, anunciamos a conclusão do
Concurso Fábio Dorf 2024 Nacional,
“Eu e o Mundo. Liberdade de Expressão e preconceito. Racismo e Antissemitismo”
Tivemos a participação de 74 alunos das escolas judaicas do Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre.
• Alef Peretz, Colégio Iavne e Colégio Renascença (São Paulo);
• Escola Beit Menachen e Escola ORT Brasil (Rio de Janeiro);
• Escola Israelita Brasileira Salomão Guelmann (Curitiba);
• Colégio Israelita Brasileiro (Porto Alegre).
Contando com a valiosa contribuição da Comissão Julgadora, composta por:
• Simone Assayag, Lina Gorenstein e Olívio Guedes (São Paulo);
• Edgar Leite e Leonardo Gudel (Rio de Janeiro);
• Frances Baras (Curitiba).
Parabenizamos todos os envolvidos por este excelente resultado.
Zeila Sliozbergas Coordenadora do Concurso Fábio Dorf 2024
Premiação
1º LUGAR
Guimas – As Palavras
Colégio Israelita Brasileiro
Professor Felipe Canterji Gerchman
As Palavras
“As Palavras” reflete sobre o impacto do discurso na sociedade e nas relações humanas e também traz à tona a urgência de pensar sobre o poder e as consequências da fala. A defesa de ideias extremistas, como a normalização do nazismo, e a comparação imprecisa e sensível entre tragédias históricas, como o Holocausto, não apenas deturpam a realidade, mas desvalorizam as vítimas e perpetuam um discursos
de ódio disfarçado. O vídeo convida o espectador a refletir sobre como essas palavras podem influenciar o imaginário coletivo negativamente e contribuir para a banalização de questões gravíssimas, como o preconceito racial e o antissemitismo.
Contudo, o pessimismo não prevalece. O trabalho frisa o poder das palavras de reverter discursos prejudiciais e promover uma comunicação baseada no respeito e na empatia. O final sugere a possibilidade de um recomeço, um novo espaço para diálogos que promovam inclusão e responsabilidade.
“As Palavras” apresenta-se como uma crítica contundente à maneira como figuras públicas e pessoas em geral utilizam a liberdade de expressão. O vídeo nos lembra que essa liberdade, embora essencial, deve ser acompanhada de reflexão e ética, pois as palavras têm o poder de transformar tanto para o bem quanto para o mal.
2º LUGAR
Liberdade de Expressão: limites ou censura? por Lisa e Louise
Colégio Iavne
Professora Ilana rabinovici iglicky
Eu e o mundo.
“Liberdade de expressão e preconceito, racismo e antissemitismo”
Liberdade de Expressão: limites ou censura?
O vídeo que produzimos explora a complexa questão da liberdade de expressão, suas limitações e o impacto das opiniões nas redes sociais.
Começamos destacando como a liberdade de expressão é um direito fundamental pelo qual a humanidade lutou ao longo da história. Reconhecemos o progresso feito em muitos países, especialmente no Ocidente, embora ainda haja desafios significativos em várias partes do mundo.
Em seguida, exploramos o debate entre a defesa absoluta da liberdade de expressão, como proposto por Voltaire, e a necessidade de considerar o impacto das palavras sobre os outros, conforme defendido por Herbert Spencer. Discutimos até que ponto opiniões, especialmente as preconceituosas, devem ser permitidas.
Analisamos, também, como as redes sociais amplificam as opiniões e o potencial prejudicial dos discursos ofensivos. Exemplificamos com o caso do youtuber Monark, cujo comentário sobre um partido nazista gerou uma grande repercussão e levou ao encerramento de sua participação em um podcast.
Para avaliar a eficácia das políticas de moderação nas redes sociais, criamos uma conta no Instagram para apoiar Israel, postando fotos dos reféns em Gaza e pedindo sua libertação. Apesar de nossa abordagem não ofensiva, nossa conta foi excluída, ilustrando falhas no sistema de controle das redes sociais e a complexidade em moderar o conteúdo de forma justa.
Concluímos que, embora a liberdade de expressão seja essencial, deve ser equilibrada com o respeito pela dignidade humana e a proteção contra discursos prejudiciais. O vídeo pretende promover uma reflexão sobre a necessidade de uma moderação eficaz e justa, garantindo que todos os indivíduos possam expressar suas opiniões de maneira responsável.
3º LUGAR
Gêmeas – Manifesto contra o antissemitismo e pelo limite da liberdade de expressão
Colégio Renascença
Professor Marcelo Brandão e
Professora Fernanda Ferreira dos Santos
Manifesto contra o antissemitismo e pelo limite da liberdade de expressão
Gêmeas
No início deste ano, um grupo de alunos de uma escola de elite de São Paulo escreveu cânticos nazistas e desenhou símbolos antissemitas em cadernos para indicar a presença de um aluno judeu na turma. Nada parece ter mudado depois de tantos séculos, não é verdade? É por isso que nós, alunas de uma escola judaica, decidimos nos manifestar quanto à necessidade de a população brasileira recenhecer os limites da liberdade de expresão e lutar conosco pelo fim do antissemitismo.
A liberdade de expressão pode ser interrompida? Muitos dizem que não, que esse tipo de liberdade é um direito constitucional e absoluto, que ninguém, nem mesmo o governo, pode censurar. Porém, as pessoas usufruem dessa desculpa para mascarar a sua verdadeira personalidade e os seus preconceitos enraizados. É neste ponto, ao dar voz a esses preconceitos mascarados, que a liberdade de expressão precisa ser limitada. É justo um adolescente ser “marcado” por ser quem ele é? É justo isso ser justificado como “apenas expressar os seus pensamentos, algo permitido pela liberdade de expressão”? Estamos aqui para dizer que não. Nada disso é justo. Um direito humano não deveria ser usado para mascarar o antissemitismo, nem qualquer outro discurso de ódio. A liberdade de expressão deve chegar a um fim a partir do momento em que um ser humano é prejudicado com a fala dos outros.
Assim, é por conta disso, da indignação que situações como essa nos causam, que decidimos fazer esse vídeo manifesto, como ensinamento, literalmente desenhando para aqueles que parecem ainda teimar em não saber. Para tanto, mostramos, de maneira bastante didática, que a liberdade de expressão não é tão livre assim e que o antissemitismo não é atual, e que nós, judeus, já passamos por muitas situações díficeis, mas que isso é crime, e um crime não deve ser disfarçado.
Diante disso, pedimos a vocês que clamem contra o antissemitismo, que exijam o fim do disfarce dos preconceitos a partir da liberdade de expressão, para que, assim, todos possam viver em paz com quem são, sem ter a vontade de esconder partes de si mesmo com medo do que lhes possa acontecer.